Parece já ser da pré história e no entanto, ainda não há muitos anos, para fazer uma simples chamada telefónica era necessário estabelecer primeiro a ligação com uma central telefónica. Aí uma senhora, umas vezes com simpatia outras, nem por isso, perguntava: número? Depois de se lhe dizer o número para onde se pretendia falar voltava a perguntar: de que número fala?
A automatização substituiu com vantagem esses postos de trabalho, assim como está a substituir muitos outros noutras atividades. Analisando essas situações a alguma distância elas parecem absolutamente normais, no entanto a alteração criou, e cria, nas pessoas uma grande angústia.
Mas voltando ao caso dos telefones, a alteração foi extraordinariamente benéfica, pois o serviço passou a ser mais rápido e era incomportável nos dias de hoje, em que a generalidade da população dispõe da possibilidade de fazer chamadas como quiser. Quantos batalhões de telefonistas seriam hoje necessários para fazer as ligações telefónicas que se fazem diariamente?
A evolução, e os ajustes que ela provoca, não é fácil, mas é imprescindível e, por vezes, incontrolável. O progresso empurra muitas vezes a sociedade para a frente, mas traz-lhe muitos custos.
A situação que estamos a viver, em que os conhecimentos e os produtos se tornam obsoletos muito rapidamente, é dramática. Sobretudo para os que perderam o emprego. É em momentos como este, que é preciso pensar que o que se sabe continua a ser válido desde que as pessoas e as organizações tenham a capacidade para se reinventarem a si próprias.
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